Por que Velozes e Furiosos ainda faz sucesso?

Nos quatro primeiros filmes, ainda havia o que chamar de Velozes e Furiosos. Havia o que inovar repetindo os mesmos elementos: no primeiro, um infiltrado do FBI no mundo dos rachas para juntar provas contra o rei das ruas, Dom, que, com o tempo, viram amigos; no segundo, o infiltrado parte em uma aventura solo com outros amigos (praticamente todos os outros deuteragonistas, menos a Letty e a Mia); no terceiro filme, a temática é totalmente diferente, pois trata-se de Tóquio, com personagens totalmente diferentes e completamente focado em carros, pois no Japão isso é levado muito a sério. Bom, foi no quarto que as coisas começaram a desandar, pois finamente a turma do Dom se reúne com Brian e isso culmina na prisão do Dom, que acaba fugindo no final do filme (literalmente), e foi exatamente aqui, no quinto filme, que Velozes e Furiosos abandonou a temática que caracterizou seu sucesso (rachas) para ser uma série de filmes de ação genéricos.

Confesso que o quinto filme é, disparado, o meu favorito da franquia, pois, além de surpreender, tem um roteiro impecável. A ideia de reunir todos os principais personagens dos outros filmes foi bastante interessante, principalmente quando há, de fato, um perigo na perseguição, sabe, como se todos os sonhos pudessem acabar ali, ao ponto de terem que fugir para outro país e mandarem um agente especial casca grossa que acaba deixando eles escaparem depois de salvarem a vida dele. Além disso, trouxe uma novidade: as cenas absurdas.

É importante frisar que já tinha cenas do gênero desde o começo (porém não eram irreais, pelo contrário, bem plausíveis), mas do quatro para frente eles praticamente transformaram a franquia num desenho animado.

Enfim, depois que a ficha deles foi limpa, eles ganharam a confiança do governo e passaram a fazer missões pra eles. E é isso. Não, sério: agora, todos os filmes, do 6 até o 10, são missões aleatórias para derrotar um vilão aleatório, com o mesmo time, com cenas escrachadíssimas de radicalismo que beiram o ridículo. E, como todo bom desenho animado, ninguém morre. É surreal pensar que personagens mortos há uns 2 ou 3 filmes atrás podem aparecer a qualquer momento sob uma desculpa esfarrapada de que eles não estavam no carro (né, Han?).

É triste pensar que uma das minhas franquias favoritas hoje está sendo motivo de chacota simplesmente porque se acomodou num modelo fácil e preguiçoso de seguir ao invés de inovar, que é criar um vilãozinho qualquer e encher de cenas mirabolantes. Seguiu o efeito Thomas e Seus Amigos.

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