Cobra Kai e a futilidade do caratê

Cara, Cobra Kai é uma das séries mais geniais que eu já vi na Netflix. Após um ano de espera, terminei a quarta temporada em uma tarde e, pessoalmente, acho que esperar mais um ano pela quinta vai ser torturante.

Enquanto Karatê Kid é um filme muito bem escrito, definitivamente tocante com cenas cruéis e injustas, o Cobra Kai pega o caratê trinta anos depois, numa época em que esse tema já está batido numa escala gritante, e cria uma atmosfera de seriedade em torno desse tema que os outros em volta ficam abismados com a obsessão dos campeões do filme. Não, é sério: a Amanda, esposa do Daniel, é a minha personagem favorita justamente porque ela fica observando ele agir como criança e só ficar citando Cobra Kai e Miyagi-Do sem parar como se fossem os defensores do universo.

É inacreditável o nível de empolgação que essa série traz em torno desse tema, fazendo um cara sair de uma vida rica e ficar obcecado por caratê. E, por incrível que pareça, acredito que o único normal nessa história é o Lawrence, que é o mais envolvido na trama e o causador de todo o conflito, porque enquanto o Daniel tem um profundo ódio pelo Cobra Kai, a ponto de reabrir o dojo só para ser um contraponto e o Kreese ter aquela questão da rivalidade, com dois doentes que endeusam caratê, o Lawrence só quer treinar os moleques com os desafios que ele cria, porque ele gosta. É claro que ele tem rivalidade com os dois outros, mas ele não é cego pelos objetivos e, por isso, ele é tão foda.

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